Tecnologias de Informação e Comunicações

23 março 2006

Redes Pessoais (LAN) – O Endereço IP (3º parte)

Façamos um resumo daquilo que já sabemos:

- a cada placa de rede ligada do nosso computador é atribuído um endereço IP único que o identifica perante os restantes;

- a informação é transmitida e recebida, na Internet, utilizando pacotes (tramas) que incluem sempre o nosso endereço IP público;

- é possível, a qualquer outro “navegante”, saber qual é esse endereço, a nossa morada virtual.

E qual é a implicação prática desta situação?

O nosso computador contém um Sistema Operativo (Windows, Linux, etc.) e dúzias de aplicações (Office, Open Office, Internet Explorer, Firefox, Adobe Reader, Windows Messenger, ICQ, etc.) que foram analisadas, escritas e testadas por técnicos de programação.

O factor erro humano conjugado com a velocidade deste competitivo mercado tecnológico produz, inevitavelmente, soluções com erros.

Assumamos então este princípio fundamental:

- qualquer aplicação contém erros e estes poderão, eventualmente, conduzir o nosso sistema a situações de risco no seu funcionamento e/ou na sua segurança.

Encaremos que na Internet, como em qualquer outra actividade social colectiva, há indivíduos que, motivados apenas pela curiosidade (tentadora) ou pelo benefício monetário, irão usar estas falhas para atingir os seus objectivos. Eles têm a capacidade técnica e as ferramentas necessárias ao seu dispor.

Juntemos estes ingredientes:

- a “morada”, o IP público, do nosso computador é conhecida,
- as deficiências inerentes do nosso sistema,
- os indivíduos externos com a capacidade e os meios disponíveis,

e apenas podemos nos declarar “ao mundo” uns “sortudos”!

Somos uns “sortudos” porque:

- as nossas fotografias das últimas férias ou do aniversário da bebé ainda não estão publicadas num “site” estranho qualquer,

- aquele trabalho, que demorou tantas horas a ser concluído, ainda existe no nosso disco,

- a factura do nosso ISP ainda não chegou com um valor de dezenas ou centenas de Euros pois alguém esteve a utilizar o nosso computador para actividades ilícitas e consumiu Giga Bytes de tráfego,

- os nossos dados pessoais não foram utilizados numa tentativa de fraude nem a Polícia Judiciária bateu à nossa porta para a investigar,

- o nosso computador ainda funciona (apesar de estar lento)!

Julgo que, do exposto, podemos retirar uma conclusão:

- ligar o nosso computador à espantosa Internet exige um planeamento e comportamento responsável para que o façamos com segurança e sejamos capazes de proteger a nossa privacidade.