Tecnologias de Informação e Comunicações

19 março 2006

A Segurança das Redes Informáticas – Prefácio


Foi há mais de 20 anos que um pequeno aparelho mágico invadiu as nossas casas e mudou, para todo o sempre, a nossa relação com os outros humanos e com as máquinas. O seu nome é ZX Spectrum e os seus efeitos foram profundos em muitos jovens, da época, e nas suas opções pessoais futuras.

No início da década de 90, do século passado, a rede universitária, suportada pelo sistema operativo (SO) UNIX e a valiosa máquina HP mantida numa sala climatizada, permitia, no interior do campus, partilhar mensagens (uma forma de Instant Messaging (IM) primitivo) e ficheiros que podiam ser observados e operados em “estranhos” monitores de letras verdes ou amarelas.

Foi neste ambiente que rapidamente percebi quanto era “simples e vantajoso” obter as palavras-chaves (passwords) dos restantes utilizadores e “divertido enlouquecer” o terminal de um colega sentado algures noutra sala. A sua reacção de pânico e/ou espanto era sempre um instante de “divertimento”.

O mundo mágico era a Rede. Através de uns impulsos eléctricos, interpretados por protocolos lógicos computacionais, podíamos comunicar em tempo real com os outros sem estar dependentes da nossa localização física na Universidade.

No final dessa década, a combinação resultante do Computador Pessoal (PC), do Windows 98 e de outra caixa mágica (o “musical” Modem) abriu o acesso à Internet.

A Rede era agora o Mundo. Sim, o Mundo que estava para além dos Led’s (Light Emitter Diodes) vermelhos a piscar lenta e intermitentemente.

Abrir a “porta da nossa casa” ao mundo significou partilhar a nossa “vida” com todos os que lá estavam.

Como em qualquer outra comunidade, por lá podemos nos cruzar com excelentes parceiros e adquirir conhecimentos praticamente intangíveis através de outros meios mas teremos de aprender a sobreviver aos outros, os “exploradores” e/ou os “piratas”.

A Informação é, no início deste século, o nosso bem mais precioso, tal como foram, no seu tempo, as especiarias transportadas nas Caravelas Portuguesas ou o ouro nos Galeões Espanhóis, e os Corsários sabem como as poderão “roubar”.

Nestas notas irei partilhar convosco algumas das técnicas que utilizo para tentar iludir a vigilância destes “Capitães Gancho” modernos e transportar as minhas “valiosas” cargas (dados pessoais, acessos às contas bancárias e as entidades estatais, fotografias da família, conhecimentos, etc.) por rotas seguras.

O ponto de partida é compreender o Valor da nossa Informação e que nós, “os Marinheiros de Domingo”, também poderemos ser capazes de ter sucesso.
João Dias de Carvalho